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Em Nome Da Terra (2000)

by Vergílio Ferreira(Favorite Author)

4.23 of 5 Votes: 2

languge

English

genre

review 1: Definitivamente, uma das experiências mais singulares na literatura portuguesa é descobrir Virgílio Ferreira. Já próximo do fim da sua carreira e da sua vida, escreve esta carta-romance-ensaio passada na velhice. Com efeito, só poderia ser escrito por quem já viveu muito, tal é o sentimentalismo com que equilibra toda a componente filosófica de ter passado os melhores anos. Associar VF ao existencialismo é uma redundância, no entanto, aqui é manifesto e, talvez, afaste alguns leitores.Mais um dos grandes génios da nossa cultura que não é Nobel. No domínio claro da sua escrita, sempre na primeira pessoa, sempre introspectiva, mais uma vez acaba por ter de entrar no seu ritmo muito próprio. Aqui são frequentes os desvios e as reflexões do personagem, acaba... morendo por não se tornar num narrador fiável (mas, senil). O autor permite-se a várias liberdades, contrastando com a vertente mais rigorosa de "Manhã Submersa" e "Aparição", o que nem sempre dá uma ideia homogénea do texto, no entanto o propósito também não será esse (por vezes requer persistência).Estava a dever esta crítica há muito, mas mais cedo ou mais tarde, acabamos por nos ver confrontados com a necessidade de "ir buscar" à enorme lição que este livro nos deixa. O amor que vivemos e o amor com que vivemos são simultaneamente o que nos prende e liberta de uma vida de recordações. O humanismo (não confundir com a doutrina) é maior que a vida, maior que a procura da imortalidade na religião, no prazer frugal e na descendência.
review 2: Nunca achei um livro tão doloroso a ler. Aliás, tive de passar alguns capítulos à frente de vez em quando, porque não se aguentava.João, o narrador, está num lar de 3a idade e resolve escrever uma longa carta à mulher falecida, Mónica. Ela costumava ser gimnasta e bela, ele um juiz que jogava futebol. Ao envelhecer, ela ficou com Alzheimer e ele foi amputado de uma perna, já depois de ela morrer. Este livro-carta trata portanto de memória e da decadência do corpo. João fala da vida no lar, fala dos 3 filhos que tiveram, e põe umas máximas de vida pelo meio, como "Porque, minha Mónica, a única maneira de realmente recordarmos é nos não recordarmos pois só assim recordamos" (admito que inventei isto, mas é deste género). João faz também sempre referência aos mesmos episódios. Este livro é realmente cansativo, não sei como o hei-de dizer de outra forma. Não recomendo less

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