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O Livro Do Ano (2013)

by Afonso Cruz(Favorite Author)

4.4 of 5 Votes: 5

languge

English

genre

Historical Fiction

publisher

Objectiva

review 1: "2 de JulhoTal como nós temos coração, intestinos, rins,fígado...o mar tem peixes.Nós usamos pentes.O mar usa barcos.""14 de JulhoÀs vezes trago um deserto para casa.É quando me sinto sozinha.15 de JulhoO meu irmão diz que é muito fácil fazerum oásis num deserto.Basta juntar água.""14 de NovembroPor baixo do guarda-chuva é um bocadinho menosNovembro."
review 2: Uma história a preto e branco desenhada e escrita pelo autor português. Pensada para crianças mas a convidar todos os outrosDe Janeiro a Dezembro, meia-dúzia de frases por dia. Uma menina que divaga sobre as coisa que vai descobrindo à sua volta. Em poucas palavras se pode resumir a última aventura de Afonso Cruz, aqui ilustrador e escritor de uma história para todos que também é pa... morera miúdos. “O Livro do Ano” é mais escuro que as páginas a que os pequenos estão habituados e também mais longo - com 138 páginas. A ânsia de fazer coisas novas não é só fama, faz mesmo parte do artista multitarefas.“Como é que tudo começou?” é a pergunta de praxe. Afonso arranca decidido. “Na verdade não me lembro qual foi a principal motivação”, rapidamente volta atrás com a palavra. A ideia inicial era fazer uma série de livros para crianças em que cada estação corresponderia a um livro, o que faria um balanço de doze livros para o ano de 2013, conta-nos. “Mas depois achei que era muito difícil de executar e tive pena das editoras. Optei por fazer o livro do ano à mesma mas com os meses todos incluídos num só”.“21 Março. Fiquei à janela a ver a noite deitar pássaros nos ninhos”, começa a história. É uma menina que nos vai contando o que faz e o que descobre durante as estações do ano. Funciona como um diário ilustrado. Afonso escreveu-o a pensar nas crianças mas a editora não achou que este fosse o público alvo. Na verdade é “para leitores de todas as idades” como diz a contracapa. Conta-nos que tem dois filhos, o Manuel de seis anos e o João de três. Confessa que não lhes leu o livro antes para o testar - “não foi muito inteligente da minha parte” - mas que a reacção, já depois, foi boa. “Aliás, ontem lemos algumas passagens e quando li a frase de que as pedras pequenas gostam de aparecer em sapatos, o Manuel disse: ‘Isso é mesmo verdade’”.Primeiro escreve o texto e só no fim deste estar preparado é que passa à fase da ilustração. “Escrevo primeiro tudo já a pensar nas imagens e não me esqueço. Depois a própria frase já traz uma espécie de recordação imagética”. As páginas têm uma cor apenas, o preto. Uma novidade para o ilustrador que fez uma opção estética e também financeira: “Na altura quando pensei num livro com mais de 100 páginas, ilustrado, achei que seria muito caro se fosse a quatro cores”.Pedras pequenas que gostam de sapatos, os espelhos que são como raio-x ou os homens que só numa situação conseguem ser mais altos que os seus chapéus. Pode ler-se tudo de um fôlego ou para os miúdos que estão a dar os primeiros passos na leitura, pode ser uma frase ou duas por dia. Não há um seguimento lógico, basta abrir o livro (não importa a página) e saboreá-lo.O cognome “Os Livros que Devoraram o Meu Pai”, que mereceu o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, “A Enciclopédia da Estória Universal” com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, “ A Boneca de Kokoschka”, que levou o Prémio da União Europeia para Literatura. Fazem todos parte do seu currículo. Junto com “O Livro do Ano”, Afonso Cruz lançará também a terceira enciclopédia, uma espécie de jardim onde pode misturar todo o tipo de plantas, que é como quem diz todas as formas e temas de escrita, do poema ao ensaio, do romance ao devaneio filosófico.É longa a lista de coisas que faz, com a escrita, a ilustração, os filmes, a música com os ritmos de blues dos Soaked Lamb. A receita: “A minha fronteira entre o lazer e o trabalho praticamente não existe”. Aí está.Afonso o ilustrador. O escritor. O músico. O cineasta. São várias as ocupações mas, na verdade, é-lhe indiferente o título: “Gosto de todas as coisas que faço, não tenho vergonha de nenhuma delas”.Maria Espírito Santo less

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